Caros camaradas bigodais,
estamos de volta.
Sim. Sabemos a verdadeira dimensão do nosso tempo de ausência.
A FLB assume o seu vergonhoso silêncio.
A FLB, graças às estatísticas disponibilizadas pelo nosso Departamento de Estatística, sabe bem como esta angustiante inactividade contribuiu para o aumento em flecha das vossas idas, companheiros bigodais, às tascas mais mal iluminadas para afogar as vossas mágoas. Pior, nós sabemos desse drama terrível, dos nossos camaradas do bigode que, privados do nosso apoio, afundaram na mais suja das tragédias, deixando para trás a família do bigode, a honra e tradição do lábio superior peludo, começando a frequentar os sítios mais degradantes. Não ficámos alheio à tragédia de Timão da Luz, ex-Tico da Mouraria, que foi avistado de mocassins, às compras em lojas gourmet e, segundo fontes não confirmadas - preferimos acreditar que não é verdade, na secção de gajo da Zara do Dolce Vita.
Não o escondemos. A FLB vacilou. Sucumbimos à pressão.
Camaradas bigodais, não vos vamos mentir.
A história é díficil e não é fácil reviver o trauma, mas conscientes das nossas responsabilidades para com a nação bigodística, abastecemo-nos de ginjinha e pataniscas. Temos a sede abastecida e vamos contar tudo.
Corria o dia 23 de Novembro de 2008.
O Glorioso visitava a Académica e o Comité da Frente de Libertação do Bigode juntou-se (onde a causa começou) na Tasca do Minhoto. Dois portentosos tentos (Amorim e Cardozo), muitos pipis, muitas moelas, muitos tremoços e muitas imperiais depois, abandonamos o Zé Minhoto já a 24 de Novembro.
Embriagados pela emoção e pelo precioso néctar de cevada, o Comité descia a calçada celebrando o cigano, o orelhas e o Maestro. Foi então que tudo aconteceu.
Um grupo de mânfios, cobardes infâmes aproveitando-se da escuridão, da distracção do Comité e do espírito alegre do mesmo, aproximou-se para depressa descobrirmos que se tratava de um desses odiosos grupos anti-bigoditas. Fomos atacados por uns vinte mânfios, ali em plena rua, munidos de gilettes e espuma de barbear.
A malta ainda tentou dar luta mas pela altura que a bófia chegou já os carecas tinham feito o trabalho - o Comité da FLB olhava com tristeza a espuma peluda e ensanguentada que corria pela valeta suja, despojos do que outrora foram quatro grandes bigodes nacionais. Desfigurados, convidámos o GNR para regressar connosco à tasca do Zé Minhoto, afogar as mágoas em Sagres e Sport TV.
Meia-hora depois do ataque, a FLB reuniu o Comité de emergência.
Vacilámos, camaradas do bigode.
Horrorizados pelo vicioso ataque de fomos alvo, abandonámos temporariamente a causa bigodal à sua sorte. Deixámos para trás o mundo e refugiámo-nos num parque de campismo nesse limbo do pêlo, o Algarve. Aguardando ansiosamente o regresso das nossas farfalhudas coroas foram vergonhosos tempos em que vivemos escondidos pelas nossas humildes tentativas de reconstruir a nossa glória bigodal.
Humilhação e degradação escrevem-se, desde então, para o Comité da FLB, com as palavras "cola" e "pêlo de cão".
Vivemos, assim, exilados pela vergonha durante todo este tempo numa roulote algarvia, entre uma televisão portátil e churrascos. Umas férias de sonho para qualquer camarada bigodal, tempos de dor para o Comité da FLB. Os bigodes pareciam, ao fim de tanto tempo, ter regressado mas algo se perdera. Os bigodes não eram os mesmos de antigamente, mantidos com amor desde os tempos áureos da Revolução. O brilho não era o mesmo de antigamente, pêlo a pêlo mais baços e tristonhos.
O Comité temia nunca mais regressar à sua luta bigodal, esmagados pela violência inumana desses grupos de ódio ao bigode. Até que um dia tudo mudou.
Por via de um fiel da causa, o Firmino Luís (um forte abraço, camarada), recebemos o ânimo que nos faltava.
estamos de volta.
Sim. Sabemos a verdadeira dimensão do nosso tempo de ausência.
A FLB assume o seu vergonhoso silêncio.
A FLB, graças às estatísticas disponibilizadas pelo nosso Departamento de Estatística, sabe bem como esta angustiante inactividade contribuiu para o aumento em flecha das vossas idas, companheiros bigodais, às tascas mais mal iluminadas para afogar as vossas mágoas. Pior, nós sabemos desse drama terrível, dos nossos camaradas do bigode que, privados do nosso apoio, afundaram na mais suja das tragédias, deixando para trás a família do bigode, a honra e tradição do lábio superior peludo, começando a frequentar os sítios mais degradantes. Não ficámos alheio à tragédia de Timão da Luz, ex-Tico da Mouraria, que foi avistado de mocassins, às compras em lojas gourmet e, segundo fontes não confirmadas - preferimos acreditar que não é verdade, na secção de gajo da Zara do Dolce Vita.
Não o escondemos. A FLB vacilou. Sucumbimos à pressão.
Camaradas bigodais, não vos vamos mentir.
A história é díficil e não é fácil reviver o trauma, mas conscientes das nossas responsabilidades para com a nação bigodística, abastecemo-nos de ginjinha e pataniscas. Temos a sede abastecida e vamos contar tudo.
Corria o dia 23 de Novembro de 2008.
O Glorioso visitava a Académica e o Comité da Frente de Libertação do Bigode juntou-se (onde a causa começou) na Tasca do Minhoto. Dois portentosos tentos (Amorim e Cardozo), muitos pipis, muitas moelas, muitos tremoços e muitas imperiais depois, abandonamos o Zé Minhoto já a 24 de Novembro.
Embriagados pela emoção e pelo precioso néctar de cevada, o Comité descia a calçada celebrando o cigano, o orelhas e o Maestro. Foi então que tudo aconteceu.
Um grupo de mânfios, cobardes infâmes aproveitando-se da escuridão, da distracção do Comité e do espírito alegre do mesmo, aproximou-se para depressa descobrirmos que se tratava de um desses odiosos grupos anti-bigoditas. Fomos atacados por uns vinte mânfios, ali em plena rua, munidos de gilettes e espuma de barbear.
A malta ainda tentou dar luta mas pela altura que a bófia chegou já os carecas tinham feito o trabalho - o Comité da FLB olhava com tristeza a espuma peluda e ensanguentada que corria pela valeta suja, despojos do que outrora foram quatro grandes bigodes nacionais. Desfigurados, convidámos o GNR para regressar connosco à tasca do Zé Minhoto, afogar as mágoas em Sagres e Sport TV.
Meia-hora depois do ataque, a FLB reuniu o Comité de emergência.
Vacilámos, camaradas do bigode.
Horrorizados pelo vicioso ataque de fomos alvo, abandonámos temporariamente a causa bigodal à sua sorte. Deixámos para trás o mundo e refugiámo-nos num parque de campismo nesse limbo do pêlo, o Algarve. Aguardando ansiosamente o regresso das nossas farfalhudas coroas foram vergonhosos tempos em que vivemos escondidos pelas nossas humildes tentativas de reconstruir a nossa glória bigodal.
Humilhação e degradação escrevem-se, desde então, para o Comité da FLB, com as palavras "cola" e "pêlo de cão".
Vivemos, assim, exilados pela vergonha durante todo este tempo numa roulote algarvia, entre uma televisão portátil e churrascos. Umas férias de sonho para qualquer camarada bigodal, tempos de dor para o Comité da FLB. Os bigodes pareciam, ao fim de tanto tempo, ter regressado mas algo se perdera. Os bigodes não eram os mesmos de antigamente, mantidos com amor desde os tempos áureos da Revolução. O brilho não era o mesmo de antigamente, pêlo a pêlo mais baços e tristonhos.
O Comité temia nunca mais regressar à sua luta bigodal, esmagados pela violência inumana desses grupos de ódio ao bigode. Até que um dia tudo mudou.
Por via de um fiel da causa, o Firmino Luís (um forte abraço, camarada), recebemos o ânimo que nos faltava.
Tantos meses depois, as nossas palavras concretizaram-se:
"A FLB espera, então, ansiosamente que o grande campeão da actualidade, Michael Phelps reconheça os poderes do bigode e tenha a coragem de em Londres, 2012, assumir um portentoso bigode de que o sabemos capaz, tendo em conta a categoria com que os distribui pelos adversários. Ficámos à espera."
Este campeão ouve o nosso apelo bigodal e recupera todo o esplendor sexy-macho do bigode da arte cinematográfica independente do final dos anos 70 - um clássico!
Não temos reservas nenhumas quando afirmamos que este é, sem dúvidas nenhumas, o bigode mais poderoso da actualidade, o bigode mais escaldante deste Verão (mas num sentido muito macho, não queremos cá confusões).
Em dois dias regressamos aos bairros da capital. Chegamos na tarde de 12 de Junho e fomos recebido em apoteose - um forte abraço a todos os camaradas bigodais que nos saudaram por entre sardinhas no pão e vinho, na mais memorável noite de Santos desde o lendário ano em que o Patrício e o Antunes da hortaliça armaram sozinhos o arraial.
A esses grupos anti-bigoditas que por aí andam a FLB diz: nunca mais vacilaremos. Suportaremos, com o apoio de todos os nossos camaradas peludos, todos estes ataques vis e baixos. Jamais renegaremos a causa maior que é o bigode português. Já sobrevivemos a um ataque - sobreviveremos a outros vinte (especialmente agora que o Zé Minhoto nos disponibilizou o seu arsenal que tem guardado desde o Ultramar).
